INFLUÊNCIA DOS SUBSTRATOS E CICLO CIRCADIANO NO RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO FITOQUÍMICA DO ÓLEO ESSENCIAL DA ESPÉCIE Lippia dulcis Trevir ADAPTADA AO CLIMA AMAZÔNICO
Amazônia. Plantas medicinais. Metabólitos Secundários.
As plantas são os primeiros tipos de medicamentos do mundo. A espécie Lippia dulcis Trevir é um exemplar de planta que possui muitas propriedades que lhe confere destaque nos cuidados com a saúde humana, como o sesquiterpeno Hernandulcina, adoçante natural sem calorias que pode se adequar na dieta de diabéticos. Na Amazônia essa planta já é conhecida pelos povos tradicionais e utilizada na forma de chás para o controle da diabetes. A fim de aprofundar nosso entendimento sobre a utilidade dessa planta na medicina tradicional amazônica, a pesquisa analisou os efeitos de diferentes substratos e do ciclo circadiano como manejo para o desenvolvimento fisiológico e o teor, rendimento e composição química do óleo essencial da espécie Lippia dulcis Trevir. Para isso, foram confeccionadas 114 estacas de mudas saudáveis de exemplares adquiridos da Embrapa Amazônia Oriental e implantadas em dois canteiros contendo misturas de substratos diferentes. S1 contendo húmus de minhoca e areia fina de construção (1:1), S2 com composto orgânico comercial Tropstrato HT hortaliças e terra adubada (1:1). Após 30 e 60 dias do plantio foram coletados dados das fenofases de floração e frutificação, com contagem e medição de parâmetros como: brotamento dos entrenós, comprimento, número de folhas do ramo principal, e número de flores. Para a colheita das plantas optou-se por trabalhar com três horários em intervalos de 4 horas sendo período da manhã (8:00h); tarde (13:00h) e noite (18h), todas em duplicatas totalizando 12 amostras. As amostras foram pesadas e separadas 300g de plantas frescas para extração do óleo essencial pela técnica de hidrodestilação em aparelho de de Clevenger por 8h. Após a extração o óleo foi pesado para dados de teor e rendimento e encaminhado para a Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massa (CG/EM). Fisiologicamente o substrato S2 teve melhor desempenho, com um desenvolvimento superior das plantas. No teor e rendimento das plantas apesar de estatisticamente não diferirem entre si, matematicamente o S1 obteve melhor desempenho para o horário de 13:00h. Na composição química foi possível a detecção de 48 compostos, porém o sesquiterpeno hernandulcina se dissociou em seus precursores 6-metil-hepten-2-ona e 3-metil-ciclohexen-1-ona e não foi encontrado o monoterpeno cânfora, devido à alta temperatura na cromatografia gasosa. Em relação aos substratos e ciclo circadiano não houve diferença estatística na química. Dessa forma, podemos concluir que, embora tenha havido variação entre os substratos, em busca de uma colheita mais rápida, o substrato 2 se destaca como mais favorável, uma vez que as plantas cultivadas nele demonstraram um crescimento mais acelerado. No entanto, quando consideramos a produção de óleo com os mesmos compostos em quantidades equivalentes, nota-se que tanto o substrato 1 quanto o 2 são igualmente eficazes, sendo o substrato 1 mais econômico. Portanto, para otimizar o custo-benefício do manejo da planta, o substrato arenoso S1 emerge como a escolha mais indicada.