NO REINO DA FANTASIA – QUE DIZEM AS PROPOSTAS DE LER COM BEBÊS
Leitura; Bebês; Desenvolvimento Infantil; Educação Infantil.
Esta pesquisa está dentro do abrangente campo que estuda leitura, literatura, educação e de-senvolvimento infantil na perspectiva da educação escolar e se direciona a investigar como, especialmente os trabalhos acadêmicos, compreendem e abordam a leitura considerada com bebês, quais estão sendo os embasamentos argumentativos colocados ao propor ações de leitura para essa faixa etária e indagar o que estaria subjacente à questão. Partimos da con-cepção de leitura como uma atividade intelectual de decifração realizada sobre textos, sobre a língua, nas formas que ela se organiza na escrita, e dada a complexidade dessa ação, que supõe uma série de exigências, referenciais de repertório, processo de pensamento, ela se caracteriza como uma atividade essencialmente constituída pelas funções psíquicas superio-res. Entretanto, há nos trabalhos voltados a discutir leitura, no campo acadêmico, a amplia-ção desse termo e entendimento para além do processo descrito acima, partindo da ideia de que as múltiplas linguagens utilizam o conceito de forma abrangente: lemos rostos, vozes, imagens. Por essa concepção, chegamos aos bebês leitores ou leituras com bebês, sendo nos-so objetivo verificar a compreensão de dabate acadêmico da questão. Como metodologia do trabalho, fizemos o levantamento de textos do último campo, chegando a número represen-tativo de produções sobre o tema. A partir de análises encontradas nos documentos, catego-rizamos as recorrências e divergência do campo investigado em quatro eixos: 1) A compre-ensão de leitura com bebês e as possíveis justificativas do ler com bebês; 2) O modo de rea-lização dessa leitura (sugestões pedagógicas); 3) A conceituação de leitura, literatura, livros, textos; 4) A concepção de desenvolvimento infantil apresentada nos textos. Para analisar o corpus, realizamos o estudo de textos de bases conceituais sobre leitura, literatura e desen-volvimento infantil com a finalidade de situar nossa questão e criar sustentação com lentes analíticas, o que permitiu que fizéssemos alguns inquietos apontamentos. O que encontra-mos no corpus empírico, na análise dos textos acadêmicos, foi além de definições vagas de leitura, literatura, texto e livro, mas também fragilidade argumentativa que mais afirmam ganhos e benefícios com a proposição de leitura desde bebês, a partir de crenças encaradas como obviedades, do que explicações que dêem contribuição para a compreensão consisten-te do campo.