OPORTUNIDADES MOTORAS NOS CONTEXTO FAMILIAR E EQUOTERAPÊUTICO DE CRIANÇAS COM AUTISMO: ASPECTOS FÍSICO-SOCIAIS, CRENÇAS E PRÁTICAS DE CUIDADO EM CONTATO COM A NATUREZA
nfantil, autismo, controle motor, desempenho psicomotor, equoterapia.
O desenvolvimento motor de crianças com autismo envolve desafios específicos que afetam tanto suas habilidades físicas quanto a interação social e emocional. Nesse contexto, os ambientes, as pessoas e as interações que ocorrem em torno delas podem ser agentes promotores ou limitantes a esse desenvolvimento. Ainda, as oportunidades oferecidas para o desenvolvimento motor desempenham um papel crucial nesse processo. Em particular, a equoterapia, que utiliza cavalos como parte de uma abordagem terapêutica complementar, se destaca ao proporcionar um contato direto com a natureza, ampliando o repertório de experiências sensoriais e motoras das crianças. Além de seus benefícios físicos, o contato com a natureza tem sido apontado como um forte preditor de uma Conexão com a Natureza (CN) duradoura ao longo da vida. Assim, as experiências positivas com a natureza durante a infância não apenas promovem o desenvolvimento físico-social, mas também influenciam a relação que a criança estabelecerá com o ambiente ao longo de sua vida. Com base nessa premissa, este estudo busca analisar as percepções e práticas sobre oportunidades motoras, o contato com a natureza e a relação com o desenvolvimento motor de crianças autistas na perspectiva dos atores sociais presentes na família e em uma instituição terapêutica. A pesquisa será fundamentada na Teoria do Nicho do Desenvolvimento Humano, proposta por Harkness e Super (1994), que considera o desenvolvimento da criança como resultado da interação entre aspectos culturais, físicos e sociais. Este estudo utilizará esse referencial para explorar a percepção dos pais/cuidadores sobre as relações entre contato com a natureza e o desenvolvimento motor, para as crianças sob seus cuidados. Participarão pais, crianças e terapeutas de um Centro Interdisciplinar de Equoterapia na cidade de Santarém, Pará. Será utilizada uma entrevista semiestruturada para a coleta de informações junto aos pais/ cuidadores e terapeutas e a escala de Inclusão da Natureza no Self Ilustrada. Para as crianças será aplicada a Escala de Desenvolvimento Motor de Rosa Neto, com o objetivo de descrever o nível de desenvolvimento motor desses participantes. Os dados serão coletados mediante entrevistas, escalas e observações empíricas. Ao analisar essas interações, espera-se identificar como as crenças e práticas influenciam as oportunidades motoras e o contato com a natureza, contribuindo para uma compreensão mais ampla dos processos que favorecem o desenvolvimento físico-social de crianças com autismo.