Aspectos epidemiológicos dos acidentes ofídicos, no período de 2005 a 2017, no município de Santarém, Pará, Brasil
Amazônia, Epidemiologia, Mordeduras de Serpentes, Ofidismo.
Apesar de ser considerado um grave problema de saúde pública, poucas são as pesquisas que buscam analisar o perfil epidemiológico sobre os acidentes ofídicos no Brasil. Diante deste contexto e da relevância de trabalhos sobre este tema, o presente estudo realizou o levantamento de aspectos epidemiológicos dos acidentes ofídicos ocorridos no município de Santarém, Pará, Brasil, no período de 2005 a 2017. Este trabalho consistiu em uma pesquisa retrospectiva, descritiva-analítica, de todos os casos de acidentes ofídicos ocorridos no referido município, e notificados pelo Sistema de Informações de Agravos e Notificação. Foram analisados os seguintes aspectos dos acidentes: faixa etária, sexo, escolaridade e raça do acidentado; mês de ocorrência; tipo de serpente; evolução do caso; classificação final; e tempo de picada. Dos 2.467 acidentes ofídicos notificados no período investigado, a maioria corresponde a agressões por serpentes do gênero Bothrops (64,3%), seguido de Lachesis (20,8%), Crotalus (2,1%) e Micrurus (0,3%). A maioria dos acidentes envolveu indivíduos adultos do sexo masculino (79,9%), prevalecendo a faixa etária de 20 a 39 anos (37,0%). O tempo decorrido entre a picada e o atendimento predominou de 12 a 24 horas (28,5%), sendo a maioria dos casos considerados moderados (43,5%), os quais obtiveram como desfecho mais comum a evolução para a cura (97,5%). Os casos ocorreram mais frequentemente nos meses de janeiro a maio (52,4%), coincidindo com os maiores níveis pluviométricos.