ETNOBOTÂNICA, CULTIVO SUSTENTADO, USO TERAPÊUTICO DE PLANTAS MEDICINAIS: OS HÁBITOS CULTURAIS DE SAÚDE E A QUALIDADE DE VIDA EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO BAIXO AMAZONAS
Cultura. Saúde coletiva. Plantas medicinais.
O processo saúde-doença e sua conceituação acompanham a evolução histórica da humanidade, assim como a discussão em torno dos hábitos culturais, considerando que as culturas são frutos de experiências interpessoais e de relações estabelecidas com o meio em que elas vivem. Desde tempos remotos as plantas medicinais fazem parte do processo evolutivo humano, sendo utilizadas como recursos terapêuticos em distintos locais no mundo. De fato, o conhecimento popular tem se valorizado cada vez mais por conta de saberes e práticas que envolvem plantas medicinais e suas aplicações com finalidades terapêuticas nas mais diversas comunidades humanas até os dias atuais. A presente pesquisa tem como objetivo geral investigar a etnobotânica, cultivo sustentado e o uso de plantas medicinais em comunidades quilombolas da região do Baixo Amazonas. Nossos objetivos específicos são o de apresentar quais plantas medicinais estão sendo utilizadas nas comunidades para fins terapêuticos, investigar a relação entre hábitos culturais e saúde coletiva com a qualidade de vida das comunidades quilombolas do Baixo Amazonas; bem como investigar possíveis transposições de plantas medicinais da África para a Amazônia. Pretendemos alcançar esses objetivos para assim responder à nossa questão científica, a saber: a etnobotânica, o cultivo sustentado e uso terapêutico de plantas medicinais por comunidades quilombolas da região do Baixo Amazonas são hábitos culturais que influenciam e favorecem a qualidade de vida de seus moradores? Para tanto, as investigações serão feitas por meio de coleta de informações resultantes de narrações de erveiros, benzedeiras e demais pessoas envolvidas com a manipulação de plantas medicinais nas comunidades quilombolas na região da cabeceira de São Paulo, no município de Óbidos – Pará, além de expor possíveis relações entre as plantas medicinais cultivadas em território quilombola com plantas medicinais africanas. A trajetória metodológica desse estudo está baseada na pesquisa bibliográfica e na história oral dos comunitários sobre o tema. Com a pesquisa pretende-se alcançar resultados que demonstrem a ocorrência do uso de plantas medicinais em comunidades quilombolas do oeste do Pará, e assim fazer relação com hábitos culturais da comunidade e sua relação com a saúde coletiva.